Alguns (ou muitos) posts do 100nexos devem soar como grego. Não necessariamente porque sejam sofisticados. E seguramente não porque estejam escritos em grego: a expressão é, desnecessário explicar, sinônimo de algo incompreensível.
Mas e os gregos, qual língua lhes soa distante a ponto de ser sinônimo do incompreendido? Se você leu o título, deve ter adivinhado que seja o arábico. E que aos árabes, é o hindi que soa alienígena.
StrangeMaps apresenta um cartograma representando como diferentes línguas se referem a outras como sinônimo do incompreensível, e é curioso observá-lo por todas as influências históricas e culturais que o construíram.
Não é preciso muito esforço para presumir que a posição do grego como língua inacessível na civilização ocidental se deve à enorme influência cultural da Grécia Antiga. Dos monges copistas da Idade Média que ao se deparar com a língua anotavam nas margens “Graecum est, non legitur” (“Isso é grego para mim, não consigo ler), a Shakespeare que cunhou a expressão “era Grego para mim”, em inglês, um longo e importantíssimo fio de história se revela em uma expressão tão corriqueira. Deve ser o máximo aos que gostam de etimologia.
Sem surpresa quanto mais antigas as línguas, mais tendem a ser referidas por outras línguas como incompreensíveis, e o grande vencedor é o idioma chinês. Curiosamente, em chinês a língua incompreensível seria uma tal de “escrita divina”.
E não, pelo visto não existe nenhuma língua à qual “português” seja sinônimo de blablabla. Mais, em inglês, em Greek To Me: Mapping Mutual Incomprehension